Era a semana que tinha de passar em minha casa, como combinado com a minha mãe. Esta semana realizava-se o festival na minha escola. Eu tinha prometido aos meus colegas que os ajudava a organizar tudo. O festival tinha de estar pronto para daqui a três dias. O Inuyasha insistiu a vir comigo e passar a semana comigo, para não ficar sozinha. Eu nem me importava. Queria tê-lo junto a mim. Além disso, este fim-de-semana ia haver os testes aos quais eu tinha faltado. Tinha de os fazer para passar de ano.
-Inuyasha não sais de ao pé de mim. Se te afastas eu uso o apito para cães que só eles é que ouvem e tu vens direitinho para mim está entendido?
(Inuyasha)- Quem te ouvir falar até parece que sou o teu cão de estimação.
-És quase.
Eu resumia as regras no metro enquanto nos dirigíamos para a escola. Queria que ele não cometesse nenhuma asneira. Já lhe tinha trocado a roupa por umas calças de ganga e uma camisola de mangas compridas para não dar tanto nas vistas, e um boné cobria-lhe a cabeça para lhe tapar as suas estranhas orelhas. O seu cabelo que já não era castanho como da última vez que o tinham visto, tinha de dar a desculpa que ele não gostou dele castanho e então mudou a cor outra vez. Desculpas esfarrapadas mas que resultavam.
O metro parou, e nós saímos. Na estação a Kotomi e a Shizuko estavam à espera do autocarro para ir para a escola.
(Kotomi)-Tsuki aqui!
-Olá Kotomi, Shizuko. Já há muito tempo que não te via Shizuko. Desde que mudas-te de escola nunca mais falamos.
(Shizuko)- Pois, eu vim hoje porque a Kotomi me pediu para a ajudar na escola, com os preparativos.
-Pois. Eu também trouxe um ajudante.
(Kotomi)- Sempre que te vejo estás com ele. Parecem mais do que dizes.
-Cala-te. Ele é só um amigo, que por acaso anda sempre comigo. Como tu e eu. Estás a ver?
(Kotomi)-Claro…E tu o que me dizes Inuyasha?
(Inuyasha)-E-eu? Não posso dizer nada. Eu gosto de estar com ela e de protege-la contra os…
Eu pus-lhe a mão na boca para o impedir de falar.
-há há há…ele só diz coisas sem jeito nenhum. Não liguem.
(Kotomi)- Pois pois. Ele já disse tudo o que eu queria ouvir.
“Estou frita. Este Inuyasha, não sabe dizer nada de jeito.”
O autocarro tinha chegado e nós entramos nele. Paguei o bilhete do Inuyasha e o meu. Sentei-me num banco longe da Kotomi e da Shizuko.
-Inuyasha achas que ias falar dos youkais à frente delas. Ah eu quero protege-la e tal…estás maluco? “Bem até gostei que ele lhes dissesse que me ia proteger. Foi querido.”
(Inuyasha)- Pois mas é verdade.
- Pode ser verdade mas elas não têm de saber. Respondes às perguntas mas sem mencionar youkais, hanyous, sangue, Tessaiga, guerra, Sango, Miroku, Shippo, a outra Era, poço e coisas desse tipo que me liguem ao outro lado ok?
(Inuyasha)- Sim.
A escola estava cheia de gente a trabalhar feitos malucos. Eu, a Kotomi, a Shizuko e o Inuyasha íamos ajudar no teatro para organizar a peça. Limpar os adereços, montar as cenas, etc…
-Inuyasha, faças o que fizeres não tires o boné. Ninguém pode ver o teu verdadeiro aspecto.
(Inuyasha)- Sim.
A sala de teatro precisava mesmo de ser arrumada, o pó que havia fazia impressão na garganta e fazia-nos espirrar. Os adereços eram espectaculares, havia muitos, para vários tipos de peças de teatro. Eu adorava teatro mas era envergonhada de mais para isso, não tinha expressão nenhuma e não conseguia interagir com o público.
(Shizuko)- Olhem para mim. Sou a Julieta. “Eu amo-te Romeu, e se não posso ficar contigo, prefiro morrer!!!”
A Shizuko estava a brincar a fazer o papel de Julieta em Romeu e Julieta.
-Estás fantástica.
(Kotomi)- Só falta um Romeu.
A Shizuko puxou o Inuyasha para ao pé de mim e exclamou com entusiasmo.
(Shizuko)- Ficam perfeitos para Romeu e Julieta. O Inu…coiso, faz de Romeu e a Tsuki de Julieta, que bonito.
-Ele chama-se Inuyasha e eu não sou Julieta nenhuma.
(Kotomi)- Mas aposto que o Inuyasha não se importa de ser o Romeu.
(Inuyasha)- Não. Devia importar-me?
-Claro! Não queres fazer figuras tristes à frente delas.
(Shizuko)- Anda lá Tsuki. Diz só uma frase. Por favor.
-Eu nem sei a peça de cor. Só sei por alto.
(Kotomi)- Diz que o amas. E ele “Eu também te amo!” e beijam-se! Final feliz!
-O quê?
(Shizuko)-Por favor. Tu e ele ficam tão queridos.
-Só uma vez.
(Kotomi)- Boa. Diz-lhe amo-te muito! Fica comigo.
-Também já estás a pedir demais.
(Inuyasha) -Qual é o sentido disto?
-Também acho. Não tem sentido nenhum.
(Shizuko)- É para vermos os vossos dotes para o teatro e para nos divertirmos.
-Mas porquê eu?
(Kotomi)-Eu e a Shizuko não vamos dizer isso para o teu amigo. Vá tu já tinhas dito que sim.
-Está bem chatas. Ora bem… “Que vergonha.” Começa tu.
(Inuyasha)-Julieta e-eu a-a-a-a-a-mo-te. Quero que fiques comigo.
Ao mesmo tempo que gaguejava ele olhava para todos os lados menos para mim.
-Eu também quero que fiques comigo. Eu também te a-am-mo-o.
(Shizuko)- Que bom. Ficaram tão fofos corados.
(Kotomi)- Agora falta o beijo.
-Kotomi…
(Kotomi)- Nós vamos chatear-te tanto. É melhor obedeceres
(Shizuko)- Também concordo.
Aproximei-me do Inuyasha e dei-lhe as mãos. Suspirei e encostei os meus lábios aos dele. Ele ficou sem reacção mas respondeu ao beijo. Descolamos e eu olhei para elas com raiva.
-Satisfeitas?
(Kotomi)- Nem por isso. Com mais sentimento. Isso nem durou 3 segundos.
-Estás a gozar.
(Shizuko)- Só mais um. Foi tão bonito.
-Já chega. Este é o último.
O Inuyasha chegou-se ao pé de mim e deslizou a mão na minha nuca puxando-me para si. Os seus lábios tocaram nos meus, eu nem fazia ideia que ele me tinha beijado. Estava ainda a raciocinar. As minhas mãos desceram pelas suas costas parando no fundo. Ele afastou-se de mim.
(Inuyasha)- Vamos trabalhar.
(Shizuko)- Cla-claro.
A noite já estava em estado avançado. Aquela hora já não havia autocarros, tínhamos de ir a pé até à estação. A Shizuko e a Kotomi iam dormir a casa da Yuuki que ficava perto da escola. Por isso eu e o Inuyasha íamos sozinha aquela hora a pé. Eu odiava fazer aquele caminho. Metia medo. Era muito escuro. Eu sempre que dava um passo olhava para trás.
(Inuyasha)- O que foi?
-Odeio fazer este caminho a pé a estas horas.
Ele puxou-me para ao pé de si pondo o seu braço na minha cintura. Senti-me mais aliviada.
Chegamos a casa. Abria a porta e exclamei “Cheguei”.
(Mãe)- O Inuyasha vai cá dormir?
-Olá mãe. Estás bem? Eu estou obrigada por perguntares. Sim vai.
(Mãe)- Onde?
-Sei lá. No chão do meu quarto.
(Mãe)- Sozinho?
Fiquei a olhar para minha mãe tipo “O que achas? Topas-me por quem? Uma tarada que forme com rapazes com a mãe cá?”
(Mãe)- O jantar já está feito.
-Vou só tomar um banho para tirar o pó de mim e vou já. Dá ao Inuyasha uma roupa para ele dormir.
Entrei na casa de banho e pus a água a correr. À medida que a água escorria pelo meu corpo vinha-me à memória as figuras tristes que fizera hoje. “Sou mesmo parva.”
Depois de jantar. Ficamos a ver televisão até tarde. A minha mãe já estava na cama e eu e o Inuyasha estávamos especados a ver o filme que estava a dar de terror. Eu sem dar por ela estava com a cabeça encostada ao peito do Inuyasha. Sabe-se lá há quanto tempo. Acabamos por adormecer no sofá. A noite passou-se assim. Depois do festival tinha de voltar à Era do Inuyasha. E enfrentar os perigos. “Já faz algum tempo desde que encontramos um pedaço da jóia.”
Capitulo 21- "Eu sem dar por ela estava com a cabeça encostada ao peito do Inuyasha. Sabe-se lá há quanto tempo. Acabamos por adormecer no sofá. "