sexta-feira, 17 de junho de 2011

Fanfinction- "A nova Era" Capítulo 10- O primeiro beijo

Tudo o que acontecia com o Inuyasha e a Kyou enervava-me. Nunca a tinha visto mas ela pelo contrário parecia que me conhecia demasiado bem. A Sango olhava-me preocupada depois do que acontecera. Sempre que tinha estas visões quase perdia a consciência e ficava muito zonza.
-Tsuki! Estás melhor?
-Sim. O Inuyasha ainda não voltou?
-Não.
Levantei-me e comecei a andar, não sabia para onde. Queria olha-lo nos olhos, saber o que ia responder à sugestão da Kyou. “Ele vai-se afastar de mim? Claro que não. Ele precisava de mim para achar os pedaços da jóia. Ele não ia perder o seu último recurso.” Enquanto pensava nestas palavras apercebi-me que o Inuyasha só me achava útil quando localizava um dos fragmentos. Só me protegia nessas alturas. Parei de caminhar, cabisbaixo a pensar no que tinha acabado de me aperceber. Era só isso que ele precisava de mim. Ele de ainda não esqueceu o seu amor pela Kyou. “Deve ter sido muito profunda a relação deles, embora ele não me diga nada.”
Ouvi passos na minha direcção, na sombra a figura do Inuyasha fazia-se sobressair. O seu olhar pensativo abstraia-o do mundo real, sem se aperceber que eu estava à sua frente, soltei uma frase que não queria.
-O que estavas a fazer com ela?
Tapei a boca com as duas mãos apercebendo-me da pergunta que acabara de fazer. Ele parou de andar, ficando à minha frente. Olhou-me nos olhos surpreendido pelo que eu acabara de perguntar.
-Ela quem?
-Não te faças de despercebido. Odeio pessoas que não admitem as coisas que fazem. A Kyou! Estives-te com ela, não foi?
-Como sabes? Estives-te a espiar-me?
-Não.
-Então como sabes? Sabes do que falamos?
-Não. Eu…eu tenho tido visões com ela! Sempre que desapareces aparece-me uma visão de vocês os dois juntos!
Ele pareceu não acreditar, mas que remédio tinha ele senão acreditar.
-Ela quer que eu me afaste de ti. Diz que tu és uma imitação dela. Com os mesmos sentimentos e gostos que ela.
-E tu? Pensas isso de mim?
-Eu…não sei. Mas sempre que estás comigo vem me à memória a Kyou.
Aquelas poderiam ser as piores palavras que alguém me dissera alguma vez na vida. Pensar noutra pessoa enquanto se está com outra.
-Sabes…fico…feliz por saber que pensas noutra pessoa ao invés de mim, embora eu esteja à tua frente. Diz-me pensas nela agora? Enquanto falo contigo? DIZ-ME!- as lágrimas caiam-me pelo rosto enquanto o grito “diz-me!” ecoava pela floresta. O Inuyasha não me deu resposta. -pois só podia. Isso significa que quando pretendes proteger a “Tsuki”, quando gritas pelo meu nome…é a Kyou que tens na mente. Tu queres salvá-la, protege-la, tocá-la, BEIJÁ-LA!
Ele continuava sem resposta, parecia ter paralisado. Eu estava a expor-me agora, como nunca fizera dantes, mas mesmo assim ele não reagia. Parecia que as palavras não o afectavam. Virei-lhe costas e dirigi-me para onde a Sango e o Miroku se encontravam. Limpei as lágrimas com a palma da mão. Cheguei à árvore onde todos estavam, agarrei na mochila e virei costas.
Caminhei várias horas, até parar perto de um riacho. Tirei uma tesoura de dentro da mala, molhei o cabelo na água e cortei o cabelo curto. A imagem da Kyou que permanecia na minha cabeça era igual a mim, até o cabelo era do mesmo tamanho, decidi corta-lo. Não queria ficar igual a ela. Despi a roupa que trazia e vesti uns calções e uma t-shirt. A repugnância aumentava dentro de mim. “Inuyasha…nem me disseste nada. Limitaste-te a ouvir, sem rejeitar uma única palavra.”
-Tsuki?
Olhei para o lado. Era ele. “como? Ainda tens a coragem de me aparecer à frente?” eu desviei a cara.
-Desculpa- continuou ele- não queria magoar-te…
-Pois mas já é tarde! Magoas-te! E ainda tens a lata de me vir pedir desculpas?- levantei-me do chão e pus-me em frente dele.- nem o conseguiste admitir! Eu própria é que me apercebi das coisas e tu não te dignas-te a dizer uma única palavra!
Ele puxou-me pela t-shirt encostando-me ao seu peito. O calor que ele emanava acalmou-me “Tsuki. És uma parva. Deixas-te levar só pelo seu abraço. Porquê? Porque…eu amo-o…é isso” os seus braços fortes rodearam a minha cintura.
-Desculpa- ele pronunciou estas palavras com imensa doçura. Eu libertei-me dos seu braços e levantei-lhe a mão para lhe bater. Ele agarrou-me no pulso. Os seus lábios tocaram os meus rapidamente, como uma flecha. Fiquei sem reacção. “ele…beijou-me?” dei por mim com os lábios colados aos dele. Ele afastou-se e respondeu por fim- não é ela que eu gosto! És tu! Ela pediu-me para me afastar de ti mas eu recusei. A principio pensava nela quando te via mas depois apaixonei-me pela tua maneira de ser.
-E o abraço? Tu abraçaste-a.
-Foi ela que me abraçou. Querias que rejeitasse? Gostavas que eu rejeitasse os teus abraços?
-Não. Isso é uma resposta estúpida. Ninguém dá uma resposta dessas.
Ele ficou admirado por ouvir aquilo que eu acabara de dizer, mas era verdade.

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